LEMBRO QUE O SOL ERAS TU
não esqueço aquele cruzamento quando colidimos de frente e depois fomos à boleia duma estrada lembro de todas as horas dos minutos e dos segundos a caminharmos descalços e a cada passada cada vez mais nus lembro dos olhos que olhavam a despir-se em cada sorriso lembro de todas as pontes de dedos entrelaçados lembro de todas as árvores de ramos de braços envoltos dos rios com sabor a àgua doce a correr pelas bocas Lembro até dos pássaros a cantar os sonhos e lembro mais ainda do mar e de nós fechados num espaço de infinito onde tudo nos cabia num beijo onde às mãos cabiam sedas e tonturas onde nos braços cabíamos inteiros e inteiros cabíamos um no outro e o mar lá, cabido em nós e nós a encher o mar ali ao pé a um punhado de distância com o mar de sal refinado que nos brilhava lembro que adormecemos por ali já a noite era quente, quente... lembro de acordar numa voz de sussurro entre os fios de cabelo em cascata a esconder um beijo lembro de um quarto só janela aberta para sol e lembro de olhar-te nos olhos e ver um poema onde sol eras tu! 13-04-2024
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 13/04/2024
Alterado em 15/04/2024 Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |